Por: Donizete Arruda
Uma reviravolta total na sucessão do Ceará. Este o cenário que se anuncia até agora se o governador Cid Gomes não entrar em cena e acalmar o agora rebelde PSDB. Os tucanos estão determinados a romper com Cid e lançar a candidatura própria do deputado estadual Marcos Cals ao Governo do Estado. Tasso continuaria concorrendo ao Senado.
Outra definição já tomada e que só falta ser oficializada. O PR também terá candidato próprio ao Governo do Ceará. O ex-governador Lúcio Alcântara irá enfrentar Cid Gomes nas urnas numa aliança eleitoral que pode envolver outros pequenos partidos no Estado. O PR ainda não decidiu quem será o candidato ao Senado, mas há chances de uma negociação com o PV para o lançamento do ex-prefeito de Maranguape, Marcelo Silva.
Com dois candidatos ao Governo - Marcos Cals pelo PSDB e Lúcio Alcântara pelo PR, os dois partidos que se aproximaram demais nas últimas horas acreditam que possam obrigar o governador Cid Gomes a disputar o segundo turno. Quem passar ao segundo turno contra Cid terá o apoio do outro. Lúcio e Marcos Cals estariam juntos para impedir a reeleição de Cid no segundo turno.
O estopim para essa crise que complica a folgada reeleição do governador Cid Gomes foi deflagrado pelo senador Tasso Jereissati ao se revoltar e convocar uma reunião de emergência para definir o rompimento dos tucanos com Cid Gomes. Tasso ficou indignado com o que ele qualifica de "postura arrogante do governador Cid Gomes".
Tasso telefonou nos últimos dias por três vezes para Cid Gomes. Em todas as ocasiões, Tasso não conseguiu falar com o Governador e houve promessa das secretárias que Cid retornaria as ligações. No entanto, Cid preferiu desprezar Tasso e não o ligou nenhuma vez. Isso irritou profundamente Tasso a ponto da convocação do encontro para decidir romper com Cid Gomes.
Na noite desta quarta, o governador Cid Gomes tentou acalmar o senador Tasso Jereissati. Quem teve essa missão espinhosa foi a senadora Patrícia Sabóia. Só que não teve sucesso porque Tasso não quis muita conversa e ainda convidou Patrícia para ser candidata ao Senado em sua chapa, onde ele poderia ser até candidato a governador. Antes de Marcos Cals aceitar ser candidato a governador, Tasso admitia concorrer contra Cid Gomes.
Patrícia garantiu ao senador Tasso Jereissati que o PSB do governador Cid Gomes não fechou nenhuma aliança eleitoral com o PT para apoiar a candidatura de José Pimentel ao Senado. Disse que antes de uma definição partidária do PSB, o Governador iria se reunir com o PSDB. E também foi dito que Cid tem muita gratidão ao senador Tasso Jereissati.
Esse discurso não convenceu o senador Tasso Jereissati. Assim, Tasso aguarda hoje até às 17 horas por uma definição do governador Cid Gomes. Descarta esperar o retorno de Cid da Copa do Mundo. E quer saber se Cid irá mesmo se aliar com o PSDB. Tasso não aceita mais adiamentos e também cobra a proposta de alianças partidárias se Cid quiser o apoio do PSDB para assegurar um bom resultado eleitoral dos deputados federais e estaduais tucanos.
No PSB, o silêncio impera. Contudo, há setores defendendo que o governador Cid Gomes dê o troco no PT e na prefeita Luizianne Lins que hoje barrou a instalação do estaleiro em Fortaleza. A idéia era Cid romper com o PT e formalizar a aliança eleitoral com o PSDB de Tasso. Nesse palanque, Cid perderia o PCdoB e provavelmente o PDT, mas manteria o PMDB do deputado Eunício Oliveira.
Em toda essa confusão, quem também se movimenta é a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins. Ela está em Brasília onde negocia com o presidente Lula uma solução para garantir o estaleiro no Ceará, mas longe de Fortaleza e o acordo que mantenha a aliança com o governador Cid Gomes, desde que o PT tenha a vaga de vice-governador e do Senado.
Valeu chico
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