Ser ou não ser dono do próprio nariz. Essa tem sido uma dúvida recorrente de quem acaba de perder o emprego ou está se aposentando. Mas será que todo mundo tem espírito empreendedor? Para uns é uma questão de DNA, para outros algo que pode ser aprendido ao longo da vida. Dados do Sebrae apontam que cerca de 30% das empresas quebram logo no primeiro ano de vida.
Sobre essa questão de talento para virar empreendedor e o cenário no Brasil José Carlos Dornelas, um dos maiores especialistas brasileiros em empreendedorismo, que dá aulas de MBA na Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP) e comanda a Empreende, consultoria especializada em empreendedorismo, respondeu algumas perguntas.
Qual o cenário atual do empreendedorismo no Brasil?
Vivemos um momento de crescimento econômico e é natural o interesse das pessoas em abrir um negócio. Há uma tendência de aumento na criação de novos negócios. Com a ascensão das classes C e D, veremos cada vez mais o crescimento de franquias e franqueados no Brasil. Quando o cenário é mais desfavorável (não é o que ocorre agora) e o crescimento não é tão pujante, muitas empresas começam a demitir. E, aí, encontramos muitos profissionais abrindo sua própria empresa por necessidade e não por oportunidade.
Pesquisas apontam que em momentos de crise há um aumento de negócios por necessidade e não por oportunidade…..
Sim e essa ainda é uma realidade que continua forte, independente de crise. O empreendedorismo por necessidade ainda é alto, pouco abaixo de 50%. Apesar de que já assistimos ao aumento do empreendedorismo por oportunidade nos últimos cinco anos, segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM).Há uma reversão bastante interessante, as pessoas estão buscando esse caminho porque querem, porque escolheram empreender, olhando para o futuro. Isso é positivo.
Qual a principal diferença entre os dois perfis empreendedores?
O que diferencia os dois tipos de empreendedorismo é a visão de curto prazo, do agora, de suprir uma necessidade (daí o nome empreendedor por necessidade) e a visão de longo prazo, de desenvolver grandes oportunidades. Mas a maneira de analisar as oportunidades é a mesma. Por isso, o primeiro passo é identificar os nichos que existem e os setores ainda não atendidos ou mal atendidos.
Encontramos muitas pessoas que ao serem demitidas ou quando se aposentam logo pensam que a saída é montar um negócio. Empreender é para quem tem talento ou é preciso vocação? Claro que existem pessoas com predisposição para empreender. Mas há também uma grande parcela que aprende a empreender ao longo de sua experiência de vida. Não é porque a pessoa acha que não nasceu empreendedor que não vai ser. Muitos se tornam empreendedores bem-sucedidos aos 50, 60 anos. Nunca é tarde.
Qual o maior cuidado que as pessoas devem ter na hora que decidem montar um negócio?Um erro comum quando a pessoa é demitida ou se aposenta é olhar a quantidade de recursos que possui como ponto de partida. Vou explicar. Uma pessoa que tem 300 mil reais disponíveis para investir, por exemplo, se concentra em buscar negócios nessa faixa de investimento. Isso pode ceifar a análise de grandes oportunidades, já que o processo deveria começar pela oportunidade e não pelos recursos que estão sob controle do empreendedor. Grandes empreendedores não se preocuparam se tinham ou não os recursos para fazer acontecer. Eles se prepararam para desenvolver a oportunidade e, assim, conseguiram conquistar investidores e sócios capitalistas…
Quais as competências necessárias para ser um empreendedor?
Visão, iniciativa, pro atividade, vontade de vencer, coragem e olhos abertos para conhecer o mercado aonde quer atuar/experiência e uma liderança que inspira sua equipe a seguir o caminho traçado.
Qual o cenário atual do empreendedorismo no Brasil?
Vivemos um momento de crescimento econômico e é natural o interesse das pessoas em abrir um negócio. Há uma tendência de aumento na criação de novos negócios. Com a ascensão das classes C e D, veremos cada vez mais o crescimento de franquias e franqueados no Brasil. Quando o cenário é mais desfavorável (não é o que ocorre agora) e o crescimento não é tão pujante, muitas empresas começam a demitir. E, aí, encontramos muitos profissionais abrindo sua própria empresa por necessidade e não por oportunidade.
Pesquisas apontam que em momentos de crise há um aumento de negócios por necessidade e não por oportunidade…..
Sim e essa ainda é uma realidade que continua forte, independente de crise. O empreendedorismo por necessidade ainda é alto, pouco abaixo de 50%. Apesar de que já assistimos ao aumento do empreendedorismo por oportunidade nos últimos cinco anos, segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM).Há uma reversão bastante interessante, as pessoas estão buscando esse caminho porque querem, porque escolheram empreender, olhando para o futuro. Isso é positivo.
Qual a principal diferença entre os dois perfis empreendedores?
O que diferencia os dois tipos de empreendedorismo é a visão de curto prazo, do agora, de suprir uma necessidade (daí o nome empreendedor por necessidade) e a visão de longo prazo, de desenvolver grandes oportunidades. Mas a maneira de analisar as oportunidades é a mesma. Por isso, o primeiro passo é identificar os nichos que existem e os setores ainda não atendidos ou mal atendidos.
Encontramos muitas pessoas que ao serem demitidas ou quando se aposentam logo pensam que a saída é montar um negócio. Empreender é para quem tem talento ou é preciso vocação? Claro que existem pessoas com predisposição para empreender. Mas há também uma grande parcela que aprende a empreender ao longo de sua experiência de vida. Não é porque a pessoa acha que não nasceu empreendedor que não vai ser. Muitos se tornam empreendedores bem-sucedidos aos 50, 60 anos. Nunca é tarde.
Qual o maior cuidado que as pessoas devem ter na hora que decidem montar um negócio?Um erro comum quando a pessoa é demitida ou se aposenta é olhar a quantidade de recursos que possui como ponto de partida. Vou explicar. Uma pessoa que tem 300 mil reais disponíveis para investir, por exemplo, se concentra em buscar negócios nessa faixa de investimento. Isso pode ceifar a análise de grandes oportunidades, já que o processo deveria começar pela oportunidade e não pelos recursos que estão sob controle do empreendedor. Grandes empreendedores não se preocuparam se tinham ou não os recursos para fazer acontecer. Eles se prepararam para desenvolver a oportunidade e, assim, conseguiram conquistar investidores e sócios capitalistas…
Quais as competências necessárias para ser um empreendedor?
Visão, iniciativa, pro atividade, vontade de vencer, coragem e olhos abertos para conhecer o mercado aonde quer atuar/experiência e uma liderança que inspira sua equipe a seguir o caminho traçado.
Fonte: José Dornelas
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