Partidos aliados ao governador se articulam para definição de vagas
Até então convicto de que disputaria uma das cadeiras do Senado nas eleições de 2010, o deputado federal Chico Lopes (PCdoB) já não dá como certa a candidatura. Diz preferir a re-eleição, por considerá-la “mais fácil” de ser garantida. E o pivô desse recuo é um aliado tanto de plenário quanto das alianças locais: o deputado federal Eunício Oliveira (PMDB), já tido como eleito para muitos.
As declarações do comunista foram concedidas ao O Estado em entrevista, no Aeroporto Internacional Pinto Martins. Ele também citou os nomes do ministro José Pimentel (PT) e do senador Tasso Jereissati (PSDB) como candidatos que poderiam frustrar os planos do partido de conseguir mais uma vaga no Senado. Hoje, o PCdoB tem em Inácio Arruda seu único representante.
Por conta disso, argumentou que a decisão final ficará com a cúpula regional, comandada pelo recém re-eleito presidente Carlos Augusto Diógenes – o Patinhas. “Tem muita gente forte. Ainda não sei [se opta pela re-eleição ou sai para o Senado]”, pontuou.
Apesar da ponderação, Lopes adotou uma postura similar a de Tasso Jereissati dentro do PSDB quanto às eleições do ano que vem. Semana passada, o tucano disse estar disposto a fazer o que for preciso para levar a legenda de volta ao poder – até tentar o Governo do Estado, pela quarta vez.
Chico Lopes fez apenas uma pequena adaptação. “Postulo o cargo que o presidente decidir, inclusive ao Senado Federal. Eu sou um homem de partido e, como tal, vou cumprir aquilo que a mim for determinado”, assinalou. Acrescenta que o seu próprio partido é a favor da chapa de Eunício Oliveira por conta da predileção do governador Cid Gomes (PSB), pelo peemedebista.
E foi justamente esse apoio do Palácio Iracema que o deputado apontou como condicionante para o PCdoB sair vitorioso numa possível disputa pelo Senado. “Todos os últimos senadores, inclusive o Inácio, tiveram o apoio do governador de plantão. Quem for candidato e não tiver o apoio declarado do governador não vai ser eleito”, previu.
O parlamentar cogitou até que outro nome do PCdoB – que não o dele - seja indicado para a sucessão. Com isso, assegurou que, nos bastidores, as lideranças comunistas levam à exaustão o debate em torno da possibilidade da agremiação lançar o segundo nome da base de apoio a Cid Gomes para o Senado. O PT também reivindica o posto. “Vamos lutar para termos candidato ao cargo. Mas, precisamos combinar com o governador”, admitiu.
QUARTA PRECISA SER DISCUTIDA
Esse “acordo” com Cid também foi destacado pelo deputado federal Paulo Henrique Lustosa (PMDB). Para ele, a coligação de 2010 já tem três dos quatro cargos majoritários destinados a partidos da base.
O Governo permaneceria com o PSB (Cid); a Vice-governadoria com o PT (Francisco Pinheiro); e uma das cadeiras do Senado com o PMDB (na figura de Eunício). O “problema” estaria justamente no nome que acompanharia Oliveira na chapa, pois até o PSDB pleiteia o reforço do Executivo para re-eleger Tasso Jereissati. “A quarta vaga, que não tem definição ainda, precisa ser discutida”, defendeu, colocando-se contra os petistas ficarem com a vice e também lançarem candidato ao Senado.
Lustosa levantou a bandeira de que, se o PT colocar mesmo o ministro José Pimentel ou qualquer outro representante na concorrência pelo Senado, a Vice-governadoria deve ficar com outro aliado. Semana passada, a virtual futura presidente dos petistas, prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, assegurou que a legenda vai sair com candidatura para o cargo e vai brigar para continuar sendo o braço direito do governador.
Ela vaticinou que isso independe dos acordos a serem feitos daqui pra frente. “O quê eles têm de especial para ficarem com as duas vagas da chapa majoritária. Não são nem o maior partido do Ceará”, alfinetou Paulo Lustosa.
Por fim, o peemedebista colocou-se contra o PMDB cearense já declarar apoio à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). O deputado colocou a candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB) à Presidência da República como fator determinante. “Eu não fui consultado sobre essa questão. Por isso, não aprovo esse apoio”, rechaçou.
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