O SUPER ZÉ DO DNOCS
Entre a abelha e a formiga, não sei quem mais merece a denominação de rainha do trabalho. Mas, entre os seres humanos que conheci, o Doutor José Francisco foi no trabalho. E na honestidade. Em outras virtudes, foi um grande homem.
O SUPER ZÉ DO DNOCS nasceu no Sítio Mergulhão, situado nos bravos sertões carirenses do Ceará. Meninote, estudava pela manhã, mas, à tarde, cooperava com o pai quebrando pedra para calçamentar as ruas da sede de Barros. Por isso, nunca teve tempo de vadiar como a cigarra. No açudeco do sítio, só mergulhava com os mergulhões depois de muito suar a camisa. De tanto dar duro quando menino, adulto tornou-se uma pedra noventa e no trabalho brilhou como o diamante. Ainda no sertão, diplomou-se em Economia.
De 1976 a 1982 convivi com o Doutor Zé Francisco no DNOCS de Paraipaba-CE. Lá, com garra e bilho, fundou e gerenciou a CIVAC (Cooperativa dos Irrigantes do Vale do Curu). Incutiu a filosofia do cooperativismo na cabeça de 500 colonos vindos de cerca de 80 municípios cearenses. Ensinou-lhes a falar a mesma língua e a seguir a doutrina do cooperativismo quando o clima assemelhava-se ao de uma torrezinha de Babel. Graças também ao SUPER-ZÉ, Paraipaba é hoje uma Canaã.
O SUPER-ZÉ foi presidente do PTB de Paraipaba e contribuiu com aemancipação política deste então distrito de Paracuru.
Já em Fortaleza, o SUPER-ZÉ brilhou na função de Presidente da ASDEC – Associação dos Servidores do DNOCS no Estado do Ceará. Com altruísmo, lutou bravamente pela atualização salarial dos “dnoquianos”.
Ainda na Terra da Luz, o SUPER-ZÉ brilhou como encontrista de casais com Cristo. Neste caminho de Deus, foi Ministro de Eucaristia.
Que nem o xiquexique, o SUPER-ZÉ germinou sobre o lajedo. Sempre trabalhando duro na vida, mas com amor, sobre a pedra enraizou, gerando flores e frutos para os colonos, povo de Paraipaba e servidores cearenses do DNOCS.
Em 25/05/2010, aos 63 anos de idade, em função de um infarto fulminante, o SUPER-ZÉ do DNOCS voou para o Céu. Hoje, do alto, ilumina a Lisieux e os nove rebentos que deixou aqui no planeta. Mas, a cada um destes filhos e netos, lembro: “Ajuda-te, que o Céu te ajudará.” Sim, quem seguir os bons exemplos deixados por ELE, golrificar-se-á. Assim seja!
Zé Francisco aí no céu dê um abraço no Baião, Luzanira, Raimundo Pacheco, Raimundo Pedro e demais colonos que já partiram. Idem para os amigos de Paraipaba: Afonso Barroso, Oldemburgo, Zequinha Braga, Manoel Músico...
Homenagem feita no dia 25/06/2010.
Autor: Wagner Rolim – Engenheiro Agrônomo e escritor.
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