Encontrei um vereador que trabalha!
Em minhas andanças por alguns municípios do Vale do Curú, cheguei ao município de Paraipaba,
mais precisamente numa localidade conhecida como 2ª Etapa. Lá chegando
conheci alguns moradores, bem como suas principais atividades econômicas
e suas condições de trabalho e moradia. Pude perceber que a principal
atividade agrícola do município é o cultivo de coco, tendo em vista que as
características do solo, relevo, clima e disponibilidade de recursos
hídricos contribuíram para instalaçao do Perímetro Irrigado
Curu-Paraipaba, em 1974, com área de 12.000 hectares, onde 3.287
hectares correspondem a área irrigada, com destaque para o cultivo do
coco (2.500 hectares). Fonte: cnpat.embrapa.br
Foi
exatamente no meio de um destes coqueirais que eu avistei dois
trabalhadores. Chamei-os e aguardei-os por alguns minutos. Quando eles
chegaram visualizei neles o perfil típico de agricultores: chapéu,
roupas simples e sujas de barro, mãos calejadas e o uso de um jumento
para o transporte da produção colhida. Apenas um deles, inicialmente,
falava comigo, enquanto o outro, de chapéu, apenas observava. Porém,
quando eu já estava prestes a ir embora, o agricultor que apenas
observava começou a falar. Falava das características de sua comunidade,
das obras que haviam sido feitas, como calçamentos, dez casas
populares, manutenção da escola, recuperação de estradas, etc. Percebi
em sua fala que ele era um representante local, talvez um líder
comunitário ou presidente de associação. Porém, o homem do campo com
quem eu conversava era um ativo vereador de Paraipaba: Walter Martins
("nome de guerra", seu verdadeiro nome é Manoel Paulino Cavalcante), que
já estava em seu segundo mandato.
Não era pra ser assim, mas tive um impacto e aquilo me espantou. Ele me perguntou se na
minha cidade (Itapajé) os vereadores trabalhavam como ele. Respondi que eles não trabalham nem na Câmara, imagine fora dela. Foi motivo de risada para ele, que prosseguiu dizendo que político tem que trabalhar para a comunidade, defendendo os interesses da mesma. Ele também se orgulhava de que, na história do município, foi o "único presidente da Câmara que teve suas contas aprovadas". Quando comentei sobre a tramitação no Senado da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 35/12) que propõe a extinção do salário dos vereadores de municípios com menos de 50 mil habitantes, ele disse que era totalmente a favor, concordando comigo que o cargo eletivo deveria ser digno de honra, e não encarado como profissão, tendo em vista que muitos vereadores "trabalham" menos de cinco horas por mês, resumindo seu trabalho às sessões. Com isso, ganhei o dia!
minha cidade (Itapajé) os vereadores trabalhavam como ele. Respondi que eles não trabalham nem na Câmara, imagine fora dela. Foi motivo de risada para ele, que prosseguiu dizendo que político tem que trabalhar para a comunidade, defendendo os interesses da mesma. Ele também se orgulhava de que, na história do município, foi o "único presidente da Câmara que teve suas contas aprovadas". Quando comentei sobre a tramitação no Senado da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 35/12) que propõe a extinção do salário dos vereadores de municípios com menos de 50 mil habitantes, ele disse que era totalmente a favor, concordando comigo que o cargo eletivo deveria ser digno de honra, e não encarado como profissão, tendo em vista que muitos vereadores "trabalham" menos de cinco horas por mês, resumindo seu trabalho às sessões. Com isso, ganhei o dia!
Gostaria
que muitos conhecessem essa experiência que tive, por isso a divulgo
neste blog. Provavelmente repercutirá pouco pois não são muitos os que
interessam-se pelo assunto. Mas para os que lerem, fica o alerta:
fiscalizem seus representantes do executivo e do legislativo, valorizem
os que realmente trabalham e não sejam ludibriados por apertos de mãos
finas.
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