Pode
parecer cômico e trágico, mas, é verdade. Era o ano de 1986 e a
população cearense deixou de eleger o interiorano de Juazeiro do Norte
Adauto Bezerra Governador do Estado e foi de Tasso Jereissati, filho de
barão (Carlos Jereissati) e genro de um dos homens mais ricos do Ceará,
Edson Queiroz. Campanha bonita, diferente e o cara com esses predicados e
ainda bem apessoado com os seus “zói azul”, ganhou a eleição. Iniciou
uma administração revolucionadora, começou a construir um projeto para
atrair indústrias de fora, melhorou as estradas e começou a moralizar o
serviço público, colocando o servidor para trabalhar mesmo e
estabelecendo o ponto nas repartições. Mas, prometeu acabar com o
carro-pipa. Pois é, não acabou. E já lá se foram outros governos do
próprio Tasso, de Ciro, de Beni Veras, de Chico Aguiar, de Lúcio
Alcântara e já 6 anos de Cid. E o carro-pipa continua a desafiar os
nossos governos. E sabem por que? Porque os nossos governos querem fazer
coisas grandes, quando o que resolve é a coisa pequena: o poço, a
cisterna, a água local pra comunidade. Claro, com os açudes e outros
instrumentos, se possível, sistemas de abastecimento, ajudados pelos
invernos, que enche os açudes, faz a correr em todos os córregos. Pois
é, o velho carro-pipa, que Tasso disse que ia acabar, continua povoando a
periferia de Fortaleza, no caso, os municípios de Pacatuba, Aquiraz e
outros mais. E de Várzea Alegre, no sul do Estado, terra de Otacílio
Correia, vem a notícia de que na próxima semana a Operação Carro-Pipa
será retomada, segundo o coordenador da Defesa Civil do Município, João
Alves. E a situação é crítica em todo o estado. Semana passada também
ouvi lamentações dos prefeitos José Juarez (Iracema) e até dos
municípios praianos de Aquiraz (Antonio Fernando Guimarães) e de São
Gonçalo do Amarante (Cláudio Pinho). Temos mesmo que voltar ao que
Virgílio Távora gostava de dizer: “o maior governador do Ceará é o
inverno”.
Fonte: AVOL
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