Êxodos urbanos

Seus próximos passos mais óbvios seriam ter conseguido emprego em Fortaleza e ter ficado por lá. Queria, no entanto, ir ainda mais distante: inverteu a lógica do êxodo e voltou à comunidade de origem para ajudar a melhorar a vida daquelas famílias.
O fato de ter frequentado o Prece, cursinho pré-vestibular comunitário e cooperativo da região de Apuiarés, colaborou com seus planos. Nas aulas, os alunos aprendiam uns com os outros não só matérias de vestibular mas também os benefícios do cooperativismo e da liderança comunitária.
O empreendedor inquieto, que mudava de escola com gosto quando criança "para aumentar o círculo de amigos", hoje atua com esses colegas do Prece e da UFC. Em 2007, Wagner formou com filhos de agricultores a Adel (Agência de Desenvolvimento Econômico Local).
Havia estudantes de zootecnia, agronomia, engenharia da pesca e marketing, entre outros. "Parti para a Adel porque não via como haver desenvolvimento local sem gerar renda e trazer os alunos de Fortaleza", diz ele.
Adriano Souza, 30, formado em zootecnia e diretor técnico da agência, afirma que, por conhecerem os efeitos da seca, "sentiam que aquilo tinha solução, só que ela não chegava". A Adel surgiu, então, como um caminho para "superar o ciclo de pobreza".
A visão gerencial do vencedor do Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2010 ajudou a solidificar a agência e a atrair apoios importantes, como o do Banco do Nordeste, que financia projetos acompanhados pela Adel.
Jeânia Gomes, agente de desenvolvimento do banco, não contém a emoção ao falar da agência. "Aqui é uma área de muito sofrimento. Eles [Adel] têm compromisso com as pessoas do campo. Wagner tem visão empreendedora, não se acomoda, e isso é muito importante."
Por: PAULA LAGO
ENVIADA ESPECIAL A PENTECOSTE (CE)
http://www1.folha.uol.com.br
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